Dois filmes brasileiros não receberão mais apoio financeiro da Agência do Cinema brasileira (Ancine) para participar da mostra competitiva do Festival Internacional de Cinema Queer de Lisboa, em Portugal.
O filme Greta, e o curta-metragem Negrum3, que possuem temáticas LGBT e negra, receberiam R$ 4,7 mil, cada, para bancar despesas com viagem para o festival que começa na próxima quinta-feira, 19. A decisão foi tomada após Alex Braga assumir a presidência da Ancine, substituindo Christian de Castro, afastado por decisão judicial.
De acordo com o colunista Lauro Jardim, a Ancine mudou de ideia por pressão do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que há três semanas decretou que fossem cortadas a ajuda de custos para as duas produções.
Produções:
Greta, de Armando Praça
Pedro (Marco Nanini) é um enfermeiro de 70 anos que trabalha em um hospital público de Fortaleza. Sua melhor amiga é Daniela (Denise Weinberg), artista transexual que enfrenta graves problemas de saúde. Quando ela precisa ser internada, mas não encontra leito disponível, Pedro sequestra um paciente recém-chegado, Jean (Démick Lopes), e o abriga em sua casa. Inicialmente, o enfermeiro tem medo do rapaz agressivo, que se esconde da polícia por ter assassinado um homem a facadas. Depois, nasce entre eles uma relação de cumplicidade e afeto.
Negrum3, de Diego Paulino
Entre melanina e planetas longínquos, NEGRUM3 propõe um mergulho na caminhada de jovens negros da cidade de São Paulo. Um filme‐ensaio sobre negritude, viadagem e aspirações espaciais dos filhos da diáspora.