Documentário sobre campos de concentração no Ceará arrasta prêmio da Abraccine

“Currais” ganhou o prêmio Abraccine na categoria de Melhor Filme Brasileiro de Diretor Estreante.




Cultura

Foto: reprodução

Na capital paulista, de 17 a 30 de outubro, um dos maiores eventos cinéfilos do país chegou a sua 43° edição, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo contou com mais de 300 filmes em sua programação e premiou um fruto cearense, “Currais”, dirigido pelos diretores fortalezenses David Aguiar e Sabina Colares, ganhou o prêmio Abraccine na categoria de Melhor Filme Brasileiro de Diretor Estreante.

Entre documentário e ficção, juntando o passado e o presente, Currais é resultado de uma longa pesquisa sobre os campos de concentração cearenses que foram responsáveis pelo flagelo de milhares pessoas após a seca de 1932.

Currais foi fundamentado na pesquisa de mestrado do David e no livro Isolamento e Poder: Fortaleza e os Campos de Concentração na Seca de 1932, da professora de história Kênia Souza Rios.

Confira o trailer:

https://vimeo.com/310779563

 

O filme narra a história de Romeu (interpretado por Rômulo Braga), personagem que viaja de carro pelo sertão em busca de respostas e vestígios sobre os campos de concentração no Ceará, nos quais milhares de flagelados da seca de 1932 foram aprisionados em troca de sobrevivência. Primeiramente seria um curta-metragem, mas no decorrer do processo, que durou quatro anos, resolvemos nos aprofundar no assunto.

O protagonista inicia sua procura apenas com documentos, fotos e poucas gravações em fitas cassete dos relatos de seu avô sobre as atrocidades que vivenciou quando foi cativo no campo do Patu, em Senador Pompeu. A narrativa faz uso de um personagem-performer que costura memórias já soterradas – a partir de material de arquivo e relatos de personagens reais – e suas próprias vivências e impressões.