A Fundação Memorial Padre Cícero abriu, nesta quarta-feira, 20, a Exposição intitulada “A Vida de Padre Cícero”, do Xilógrafo José Lourenço, que narra a trajetória de vida do sacerdote e está sendo exibida pela primeira vez. A exposição se encontra na Escola de Saberes, até o próximo dia 28. A ação faz parte da programação da 42ª Semana Padre Cícero, como forma de homenagear os 180 anos do sacerdote.
As xilogravuras de José Lourenço, originais, foram doadas à biblioteca da Fundação Memorial Padre Cícero, no formato de álbum com 16 xilogravuras, entalhadas pelas mãos habilidosas do xilógrafo. Na exposição são exibidas reproduções dessas imagens.
De acordo com os curadores da exposição do Padre Cícero, Allan Freitas e Thalyta Alencar, a ação homenageia além do sacerdote e sua história, o próprio José Lourenço, que se consagrou como um dos maiores xilógrafos do Brasil. A exposição conta, além das reproduções das xilogravuras, com peças e objetos pessoais do sacerdote como escova, cajado, batina, manutergium, lenço, entre outros.
A Vida de Padre Cícero foi exemplo de amor e dedicação de serviço aos pobres. Os seus feitos e ideias reverberam até os dias de hoje, moldando o curso da história social, religiosa e política no Ceará e inspirando milhares de fiéis e devotos brasileiros.
Filho de paraibanos, o Xilógrafo José Lourenço Gonzaga nasceu em 1964, em Juazeiro do Norte. Em sua infância, convivendo em meio aos artesãos, teve seu primeiro contato com o ofício artístico. Em 1985, produziu a primeira xilogravura, a capa de um cordel intitulado “o casamento matuto”, porém, o seu ponta pé inicial para entrar de vez na xilogravura foi quando produziu seu primeiro álbum, com o título “A vida de Pe. Cícero”, em 1990.
Premiada pelo Salão de Abril em 1991, a coleção de xilogravura “A vida de Pe. Cícero” que nomeia a presente exposição, é composta por 16 imagens, que narram os momentos mais importantes e essenciais da vida do sacerdote de Juazeiro. Para José Lourenço, ela é a sua obra mais importante, pois além de alavancar sua carreira, foi importante para o surgimento de uma nova geração de artesãos no Cariri. Por toda a importância de seu trabalho na região, José Lourenço é um testemunho de resistência, luta e vitalidade da cultura caririense.
Esteve presente na solenidade de abertura, o secretário de Turismo, Renato Wilamis, que comentou sobre a felicidade de iniciar a 42ª semana Padre Cícero e mencionou que a exposição enriquece ainda mais a programação da semana. “Trazer um pouco da história de Padre Cícero para o centro da cidade [Escola de Saberes Daniel Walker], é uma ação ousada”, afirma.
Também esteve na ocasião, o historiador e memorialista, Renato Casimiro, que falou sobre a importância da data e da homenagem a Padre Cícero. “Nós, hoje, filhos dessa terra, nos orgulhamos muito da existência desse homem e dessa civilização que ele iniciou, a construção de Juazeiro”. Ele também comentou sobre o esforço e determinação na história desde 1872, quando o sacerdote veio morar na cidade. E completou: “um homem notável e, hoje, ainda estamos tentando descobrir o que, de fato, foi a sua trajetória”, afirma o historiador.
