Grupo de rap S.E.P. 85 apresenta show “Do dialeto ao Dia Lento”

O evento, na próxima quarta-feira (17), abre a programação do Mês da Consciência Negra na Escola. O disco traz letras que denunciam a violência e o racismo




Cultura, Música

Após integrar a edição 2020 do Laboratório de Música, realizada em formato inteiramente virtual por causa da pandemia de Covid-19, o grupo de rap S.E.P. 85 – Subconsciente em Pauta faz sua primeira apresentação presencial na Escola Porto Iracema das Artes — instituição da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult) gerida pelo Instituto Dragão do Mar (IDM). O show será na próxima quarta-feira, 17, a partir das 18h, e traz o álbum “Do dialeto ao Dia Lento”. O disco foi produzido durante o Laboratório, com tutoria do rapper KL Jay. O acesso é gratuito.

O evento, que vai acontecer no pátio da Escola, é o primeiro da programação do Mês da Consciência Negra no Porto Iracema. Além do show, estão previstas outras ações virtuais e presenciais de teatro, cinema e artes visuais relacionadas à data, celebrada oficialmente no dia 20 de novembro, sempre com protagonismo de artistas negres.

Segundo Mona Gadelha, coordenadora do Laboratório de Música, o trabalho do S.E.P. 85 representa uma potência do rap cearense. “E essa volta [ao presencial] é significativa porque o grupo está com um álbum nas plataformas, portanto, pronto para ser ouvido, apreciado”, diz ela.

Lançado em setembro nas plataformas digitais, “Do dialeto ao dia lento” é resultado do processo formativo no Laboratório de Música do Porto Iracema. O coletivo teve como tutor o rapper KL Jay, membro do grupo Racionais MC’s, que fez o acompanhamento dos artistas por meio de tutorias virtuais. O álbum é composto por letras que relatam as vivências dos artistas como moradores das periferias de Fortaleza, com foco nas desigualdades, precariedades e violências que atravessam a realidade nas comunidades e afetam, principalmente, os corpos pretos.

Sobre o contexto que inspirou o álbum, o artista Lucas Catatau, integrante do S.E.P. 85, conta que “o álbum trata desse processo de opressão, que é grande em Fortaleza, e que às vezes é escondido”. Segundo ele, as letras foram pensadas a partir disso.“Nós acabamos reciclando nossa realidade e transformando em arte”, completa.

A atividade acontecerá seguindo os protocolos de distanciamento social, como uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool em gel e utilização de espaço aberto da Escola.