Grupos de reisado empenham-se em inspirar jovens para preservar tradições culturais

No Dia de Reis, mestres do reisado no Ceará e Rio Grande do Sul incentivam a participação juvenil para manter viva a tradição.




Cultura, Tradição

No Dia de Reis, celebrado em 6 de janeiro, mestres do reisado em Juazeiro do Norte, Ceará, e Esteio, Rio Grande do Sul, intensificam esforços para envolver jovens na preservação dessa manifestação cultural que celebra o nascimento de Cristo e a visita dos Reis Magos.

Cícera Flatenara, de 27 anos, tornou-se mestra do reisado após o assassinato de seu pai, mestre Cicinho, em 6 de janeiro do ano anterior. Ela lidera o grupo Mirim Santos Expedito, fundado por seu pai, que atualmente conta com cerca de 30 crianças e adolescentes. “As crianças veem o colorido e pedem para brincar. Hoje eu passo para os meus dois filhos. Quando eu não estiver aqui, vai ter quem dê continuidade por mim”, afirma Cícera.

Antônio Cândido, de 35 anos, mestre do Reisado Santo Antônio, também trabalha para manter a tradição viva, realizando ensaios semanais com seu grupo de 18 participantes. Ele destaca a importância de transmitir valores culturais aos jovens: “O reisado, para mim, é alegria, amor e esperança de um futuro melhor. Isso é o que a gente passa aos mais jovens”.

No sul do país, Gabriel Romano, de 37 anos, lidera o grupo Estrela Guia de Esteio, no Rio Grande do Sul, e compartilha a preocupação com a continuidade da tradição. Ele celebra a participação de sua filha de 12 anos, Anita, como acordeonista no grupo, e ressalta a importância de envolver as novas gerações: “A minha filha tem celular, usa internet, mas a gente incentiva ela a ter essas vivências na música. Para ela também saber que existe um mundo fora daquilo”.

Esses esforços refletem a dedicação dos mestres do reisado em todo o Brasil para manter viva uma tradição que combina música, dança e religiosidade, passando o legado cultural às futuras gerações.