Pau da Bandeira de Santo Antônio e a festa do recomeço

Com um clima que arrebatou todo tipo de saudade, até quem viveu a experiência pela primeira vez, sentiu o gostinho da esperança que mora na força dos reencontros e da expressão popular.




Cultura, Festa
Foto: Helio Fillho

De um céu multicolorido à multidão que volta a povoar as ruas, o Marco Zero da Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio, em Barbalha, aponta para um novo recomeço. Com um clima que arrebatou todo tipo de saudade, até quem viveu a experiência pela primeira vez, sentiu o gostinho da esperança que mora na força dos reencontros e da expressão popular.

Como os olhos de uma “menina moça”, Barbalha pôde mostrar para milhares de pessoas os novos ventos que surgem na imensidão de um horizonte de “verdes canaviais” e vermelhas possibilidades, para celebrar a continuidade da vida. O Pau da Bandeira, juntamente aos pedidos e preces ao Santo Casamenteiro, trouxe o desejo de erguer as mãos para o céu de cores e elevar os sonhos de um futuro, na certeza de que, agora, muito pode acontecer. 

As culturais, artísticas e, sempre políticas, manifestações brilhantemente orquestradas na rua, a gente não pode mais esquecer que, agora, devem ser vividas com muito mais responsabilidade. Não falo somente do teor responsável de beber com moderação, dirigir com atenção, se preservar sexualmente, mas principalmente de se comprometer com a permanência e continuidade desses momentos de forma coletiva. 

Quem sobreviveu aos dois anos de tantos medos e tristes partidas, a missão primeira é se engajar na luta e reconstrução de um novo começo que chega. Cabe aqui não esquecer de cumprir os ciclos vacinais, prevenir e combater os milhares mosquitos e doenças que “zanzoam” por aí, além de defender a cultura, a arte, a educação e a liberdade, para assim se expandir e se multiplicar com tudo isso.

Depois de dois anos, viver momentos como a Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio – que está de volta e que tenha vindo para ficar -, é estar atenta ao que virá, mesmo com toda agitação que o clima festeiro traz. É estar de olho nas festas juninas, nos carnavais, e na proteção dos direitos que nos permitem participar e viver todas essas festas. Solteiros ou não, a gente faz prece a Santo Antônio, a São João e a Todos os Santos, para espantar o que não é da rua, nem do povo, e atrair novamente o multicolorido dos dias e da vida. 

Foto: Helio Filho