Há exatos 42 anos uma cearense realizava um feito histórico. Pela primeira vez, uma mulher era eleita para a Academia Brasileira de Letras, em 03 de agosto de 1977. A escritora e jornalista Rachel de Queiroz ingressou nesta instituição aos 66 anos, tornando-se a quinta ocupante da cadeira 5, que tem como patrono Bernardo Guimarães. Ela concorreu contra o jurista Pontes de Miranda para a vaga de Cândido Mota Filho, e venceu o pleito por 23 votos, contra 15 dados para o rival e um em branco.
Natural de Fortaleza, Raquel se destacou como autora na ficção social nordestina. Em 1993, foi a primeira mulher agraciada com o Prêmio Camões. Entre mais de 20 livros de sua autoria, alguns foram adaptados para a TV como “As Três Marias” e “Memorial de Maria Moura”, que viraram minisséries.
A escritora também chegou a ser convidada pelo então presidente da República Jânio Quadros para ocupar o cargo de Ministra da Educação, mas ela recusou a proposta. Na época, justificando sua decisão, teria dito: “Sou apenas jornalista e gostaria de continuar sendo apenas jornalista.”