Show inédito de Pipoquinha e Pedro Martins vai ao ar quinta-feira, 30

Show inclui músicas do disco “Cumplicidade”, lançado pela dupla em 2020.




Cultura, Música

O projeto foi contemplado pela seleção pública do Programa Petrobras Cultural – edital Música em Movimento. Devido à pandemia, os cinco shows presenciais antes previstos em capitais brasileiras, foram substituídos por apresentações pré-gravadas no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza, que serão exibidos online. A estreia foi ao ar no dia 16/9. Após o show do dia 30/9, os três outros espetáculos serão exibidos nos dias 13/10, 28/10 e 11/11.

Todas as apresentações contam com um esmerado trabalho de iluminação, sonorização e edição de imagens, garantindo ao espectador uma experiência diferenciada. Cada show inclui músicas do disco “Cumplicidade”, lançado pela dupla em 2020, e temas especialmente selecionados por Pedro e Pipoquinha, para dar a cada apresentação uma identidade própria. Uma forma de levar ao público a mágica empatia dos jovens e impressionantes instrumentistas.

Em cada um dos cinco shows, uma homenagem a cada cidade em que, não fosse a pandemia, aconteceria apresentação presencial da dupla: Fortaleza, Recife, Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Nesta quinta-feira, 30/9, às 19h, a cidade do Rio de Janeiro será destacada. No repertório, clássicos como “Passarim”, de Tom Jobim, “Desfigurado”, de Cartola”, “Bolero de Satã”, de Guinga e Paulo César Pinheiro, “Por causa de você”, de Tom Jobim e Dolores Duran.

A turnê online destaca a sonoridade do encontro entre o cearense Michael Pipoquinha e o brasiliense Pedro Martins. Um dueto idealizado pelo produtor cultural Antônio Ivan Capucho, diretor do Festival Choro Jazz, realizado anualmente em Fortaleza e Jericoacoara, no Ceará, e que frutificou na forma de shows de Pedro e Pipoquinha pelo Brasil e pelos Estados Unidos. Belezas, sensibilidades e novos horizontes musicais alcançados no palco.

Música instrumental para todos

O trabalho de Pipoquinha e Pedro chama atenção pela precoce excelência de ambos os instrumentistas – Michael com 24 anos, Pedro com 26 -, pelo repertório corajoso de obras menos recorrentes de grandes compositores brasileiros de várias gerações, pelo casamento de maneiras de fazer e viver a música, em um encontro ousado entre guitarra e contrabaixo, em que nada parece faltar.

A dupla cativa o ouvinte pela verdade! Não é (apenas) o encontro de dois grandes músicos, mas de duas grandes pessoas, que mesmo tão jovens carregam trajetórias consideráveis. Vivência, experiência, traquejo. Aprenderam com grandes mestres a conjugar às complexidades do fazer musical lições de simplicidade, humanismo, sensibilidade. A grande arte.

“Graças a Deus, tive muitos mestres. Só convivi com pajé! Thiago Almeida (pianista, de Fortaleza), Arthur Maia (saudoso contrabaixista, de Niterói), Arismar (do Espírito Santo, aclamado multi-instrumentista)… Ouvindo as ideias, vivendo, sentindo, coração aberto pra aprender, pra observar. O que forma a gente é como a gente vive, o que a gente se propõe a se deixar influenciar”, destaca Michael Pipoquinha, que desde criança chamou atenção em shows e festivais, sendo acolhido pelo ídolo Arthur Maia e por diversos contrabaixistas da cena cearense.

“A gente cresceu ouvindo nossos pais, nossos tios, que não são músicos mas que no colavam no radinho ali e choravam ouvindo aquele som. Isso sempre esteve no nosso coração. A gente nunca desligou o fato de sermos músicos com o fato de a música ser pras pessoas sentirem e admirarem a música”, destaca, por sua vez, Pedro Martins, que encantou Eric Clapton no festival Crossroads, nos EUA, em 2019, e viajou pelo mundo tocando com Kurt Rosewinkel, guitarrista americano de jazz que também produziu seu disco “Vox”.

“Eu e Pipoca começamos a tocar juntos de forma muito intuitiva, muito natural. Uma busca dos nossos espíritos, que fez a gente se encontrar. A gente nunca sentou pra definir nada do nosso som. A gente só fez tocar. O que as pessoas estão vendo não é o grande lance. A gente serve só de um canal. A habilidade com os instrumentos fica menos importante. O foco principal é a música”.