A Vila da Música, escola que compõe a Rede Pública de Equipamentos Culturais do Ceará (Rece), vinculada à Secult Ceará, gerida pelo Instituto Dragão do Mar, receberá lideranças e artistas indígenas no próximo dia 19, a partir das 17h, no Jardim Mestra Anunciada, que fica no estacionamento da Vila. Além de conversas e apresentações, ainda haverá uma feira de artesanato e gastronomia.
O evento intitulado “Povos indígenas: cultura e ancestralidade: uma homenagem aos povos indígenas” visa trazer luz à diversidade cultural destes povos, justamente na data alusiva a eles, a fim de reafirmar a importância dos elementos que compõem a sua identidade, como o canto, os ritmos, a culinária, entre outros. A programação ressalta ainda a resistência das diversas etnias indígenas presentes na região do Cariri.
Lucinha Rodrigues, gestora da Vila da Música, acredita que eventos desta natureza são de extrema importância para que haja a valorização cultural e memorial dos povos indígenas. “A nossa região é um celeiro cultural riquíssimo e a Vila tem esse compromisso de falar sobre cultura e também de falar sobre memória. Nós precisamos fortalecer o debate sobre o movimento indígena não só aqui no Cariri, mas em todos os lugares, reconhecendo a grandeza dessa luta e da grande contribuição que estes povos têm na nossa sociedade. É necessário falar sobre espaço, voz e resistência”, destaca.
Uma das convidadas para a programação é a INDJA, colaboradora da Vila da Música como fotógrafa. INDJA é das etnias Kariri/Payacùs e diz que é uma grande alegria ver a quantidade de artistas indígenas ocupando as programações dos espaços culturais e também fazendo parte das equipes de trabalho. “Devido à marginalização, devido à invisibilização desses povos indígenas, foi muito tempo para que a gente tivesse o nosso espaço, o nosso direito. É importante também dizer que a presença indígena é para além do mês de abril. Ela deve ser constante, deve ser sempre lembrada em todos os âmbitos e em todos os meses”, afirma.
A programação terá os seguintes convidados:
Bárbara Matias – Indígena do povo Kariri, artista da cena, realizadora audiovisual, escritora, curadora, coordenadora da escola Carpintaria da cena e na Escola de Brotar Cinema com o Povo Anacé. Faz parte da Rede Katahirine – audiovisual de Mulheres Indígenas e é doutora em Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Joedson Kariri – Professor da Rede Estadual do Ceará. Liderança da Organização dos Povos Indígenas da Serra do Catolé – ORPINC. Compõe a diretoria da Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Ceará – FEPOINCE e a Coletiva Flecha Lançada Arte. Doutorando em Geografia pela Universidade Federal de Goiás.
Gugu Gois – Astrônomo autodidata, com experiência na linguagem cultural celeste do povo originário que viveu no sopé da Chapada do Araripe, também é membro do Maracatu Uinu-Erê da Comunidade Carrapato.
INDJA – Artista performática não-binária. Ela realizará uma performance drag, com o objetivo de levar para o palco um futuro ancestral para a música contemporânea caririense.
Dona Maria Índia – Aos 86 anos de idade, D. Maria Índia é exemplo vivo de resistência e tradição, representante dos povos originários no Cariri. ela é artesã (bonequeira), cantora de coco e ex-aluna da Vila da Música.
Maria Isabel Kapinawá – Rezadeira, mezinheira e mestra de toré. Guia espiritual da Casa de Mãe Dodô, na Serra do Catolé, em Juazeiro do Norte.
Programação sujeita a alterações.
Serviço
Endereço: Av. José Horácio Pequeno, 1335-1367 – Belmonte, Crato – CE
Horário de funcionamento: segunda a sexta – 9h às 12h / 13h às 21h
Contato: (88) 9 9445-3149 – WhatsApp e ligação (atendimento on-line de 9h às 17h).
Programação livre e gratuita
